quinta-feira, 14 de maio de 2009

Europa - (1991)

Trailer de um dos bons filmes do Triers: Europa. As cenas iniciais e finais são de tirar o fôlego (literalmente). E alguns recursos e efeitos usados no filme, jogos de cores e outros, são muito bons. Assisti no Savassi Cineclube no lançamento, fez muito barulho e logo depois parece ter caído no esquecimento. Merecia mais.

Resenha do IMDB (http://www.imdb.com/title/tt0101829/):

"Enredo: a voz de Max von Sydow, hipnotizante, conduz a platéia e o protagonista numa viagem à Europa do pós-guerra. O jovem e idealista Leopold Kessler (Jean-Marc Barr) acaba de chegar na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial para ajudar a reconstruir o país. Seu tio Kessler (Ernst-Hugo Järegård) dá a Leopold um emprego na Zentropa, uma grande corporação que lida com trens, e logo Leopold se apaixona por Katharina Hartmann (Barbara Sukowa), filha do proprietário da Zentropa, Max Hartmann (Jørgen Reenberg). Leopold logo descobre-se apanhado numa teia de corrupção, perdendo a sua ideologia, e é forçado a escolher entre pragas e cólera.

Misterioso, mesmerizante, manipulador, sombrio, aterrador, belo, insuportável, feio. Estas são algumas descriçoes que vêm à mente quando pensamos nessa obra prima de Lars von Trier: EUROPA (1991), o capítulo final da trilogia Europa. Nos E.U.A. rebatizado ZENTROPA, para não confundir-se com Europa, Europa de Agnieszka Holland. A trilogia Europa consiste também de FORBRYDELSENS ELEMENTO de 1984 e EPIDEMIA de 1987 (o famoso experimento que só vendeu 900 ingressos no cinema dinamarquês). A temática desta trilogia não é tão essencial como os recursos visuais. Na abertura de EUROPA vemos uma locomotiva em movimento em relação a nós, enquanto um narrador não-identificado literalmente hipnotiza a platéia: "Após eu contar até 10, você estará na Europa. Esteja lá em dez. Digo: dez". Uma metáfora de filmes com capacidade de transportar-nos para um subconsciente de sonho/realidade.

EUROPA utiliza um estilo visual estranho, mas extremamente eficaz - que o famoso diretor russo Andrei Tarkovsky seja a principal influência de Triers diz tudo. É um filme preto-e-branco ocasionalmente entrelaçado com vermelho em forma de gotas de sangue, um vestido vermelho, etc. Além disso Triers usa vários efeitos e movimentos de câmera e reinventa a retroprojeção, acrescentando separadamente camadas sobre camadas de imagens - mas ao contrário dos antigos filmes de Hollywood, que as incorporaram por razões econômicas, Triers os utiliza por razões artísticas. Estas estranhas técnicas visuais salientam que estamos em um sonho de realidade, estamos hipnotizados, o universo do EUROPA não é real!"

Legendei a cena inicial. A cena final, com outra contagem, quase me mata no cinema, de tão angustiante.



Nenhum comentário:

Postar um comentário